

INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
Danilo Oliveira
A
s políticas de conteúdo local
brasileiras devem passar por
aprimoramentos nos próxi-
mos anos. Apesar dos ganhos
para construção naval nos últimos 15
anos, Petrobras, fornecedores e Agên-
cia Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) defendemme-
lhorias nas políticas de conteúdo local
para aumentar a competitividade da
construção naval e
offshore
. O chefe de
conteúdo local da agência, Marco Tú-
lio, ressalta a necessidade de indústria,
agência e governo trabalharem juntos
para o aprimoramento das regras esta-
belecidas.
— Não acho que a política de con-
teúdo local seja madura, tem 15 anos.
Existe ansiedade dos agentes em resol-
ver tudo de uma vez e que a resolução
O chefe de conteúdo local da ANP
contou que existem regras importan-
tes em processo de revisão, como os
critérios de certificação e como os for-
necedores lançam seus investimentos
nos relatórios. Para isso, a ANP preten-
de trabalhar junto às certificadoras. No
segundo trimestre de 2015, a agência
emitiu cerca de 70 mil certificações. O
volume representa um total de R$ 115
bilhões em termos de investimentos
associados.
Túlio destacou que estaleiros bra-
sileiros tem potencial para, no futuro,
fazeremreformas e reparos de embarca-
ções e plataformas estrangeiras. “Se fo-
remativados reparo e reforma dentro de
alguns estaleiros, vamos ativar ummer-
cado pronto para ser utilizado”, aponta.
Ele identifica a necessidade de trabalhos
de conscientização sobre conteúdo local
para a cadeia de fornecedores e serviços,
pois ainda existe pouco conhecimento
sobre as regras.
Para o assessor da presidência da
Petrobras para conteúdo local, Paulo
Alonso, a produtividade dos estaleiros
brasileiros ainda está distante do
ben-
chmarking
apurado no Japão e Coreia
do Sul. Ele relata que, em conversas
com presidentes de estaleiros brasi-
leiros, a maioria relata como principal
desafio melhorar o planejamento e
gestão de seus ativos.
Mudanças em debate
Petrobras, fornecedores e ANP defendem melhorias em
políticas de conteúdo local em evento da Sobena
de regras seja abrupta — analisou Túlio,
durante seminário promovido pela So-
ciedade Brasileira de Engenharia Naval
(Sobena), em agosto, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, ele destacou que a séti-
ma rodada foi um marco para a polí-
tica de conteúdo local, sobretudo por-
que a tabela de compromissos passou
a servir de guia para operadores, for-
necedores e agentes. Túlio lembra que,
na primeira rodada, esses compromis-
sos erammais conservadores, chegan-
do à quinta e sexta rodadas commetas
de 30% a 35% para os grandes campos
de exploração. Para ele, o setor está
atento à necessidade de mudanças
nas inconsistências percebidas pelo
mercado.“Política de conteúdo local
não vai mudar no sentido de direção.
Aprimoramentos serão feitos”, afirma.
No segundo trimestre de 2015, a ANP
emitiu cerca de 70 mil certificações ,
ou R$ 115 bilhões em investimentos