

PORTOS E LOGÍSTICA
30
PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
ções de cargas regulares. Salles diz que
os investimentos da empresa respei-
tarão o tempo de reação do mercado
para evitar ativos ociosos no pátio.
Recentemente, a Gávea concluiu
operação em Arraial do Cabo (RJ) que
durou três meses. Nos portos do Rio
de Janeiro e Forno (RJ), a empresa atua
com transporte terrestre, retroáreas
com diversos regimes, equipamen-
tos de içamento, operação portuária e
balsas oceânicas para cargas de maior
porte.
O Sepetiba Tecon
(RJ)
está com boas
expectativas para ampliar a movimen-
tação de carga de projeto. O terminal,
localizado em Itaguaí (RJ), sempre ope-
rou esse tipo de carga, apesar de ela
ser complementar à movimentação
em contêiner e produtos siderúrgicos
da Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN). O gerente de desenvolvimento
e novos negócios da CSN, Cesar Au-
gusto Maas, conta que o departamento
comercial do Sepetiba Tecon dobrará
de tamanho e terá área de prospecção
destinada a carga de projeto, antes
compartilhada com a de contêineres.
“No último ano — em função da crise,
da diminuição do volume de contêine-
res e do aumento da concorrência —
desenvolvemos estratégia mais focada
em carga de projeto”, conta Maas.
A área comercial passará de 12 para
25 pessoas, de forma a atender às no-
vas demandas do terminal, que fechou
uma escala regular mensal de cargas
O diretor de gestão portuária de
Suape, Paulo Coimbra, destaca que, a
partir do segundo semestre de 2015,
o BNDES passou a exigir índice de
conteúdo local maior e praticamente
isolou importações de equipamentos
eólicos. Ele acredita que a movimenta-
ção desses equipamentos se manterá
aquecida até 2020. O ritmo de cresci-
mento de importações teve aceleração
maior a partir dos leilões e novas in-
formações de vento no Brasil interiori-
zando os projetos eólicos, que antes se
limitavam ao litoral.
— O mercado eólico tem se deslo-
cado para o interior do Brasil, onde
também são encontrados ventos com
intensidade constante—diz Coimbra.
Ele observa uma tendência no aumen-
to das operações de cabotagem com
torres, pás e geradores eólicos, pois as
operações logísticas rodoviárias cus-
tam caro. As principais fábricas estão
em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
O porto de Suape movimenta car-
gas de projetos nos cais 4 e 5, sendo
que o primeiro também escoa trigo.
Os cais são públicos e possuem capa-
cidade para receber navios de grande
porte e com características geométri-
cas especiais. Além dos equipamentos
eólicos, Suape vem realizando opera-
ções para a construção naval. Uma das
demandas é o transporte de tanques
importados para o estaleiro Vard Pro-
mar, em Ipojuca (PE), que está cons-
truindo navios gaseiros. A primeira
descarga está prevista para setembro.
de projeto da BBC e com mais uma li-
nha regular de contêineres para Ásia.
Maas destaca que o mercado está
cada vez mais interligado. Ele expli-
ca que os mesmos navios que trazem
carga de projeto para o Brasil podem
levar bobinas da CSN no porão para
exportação aos Estados Unidos, por
exemplo. Segundo ele, os navios mul-
tipropósito trabalham muito com
carga de projeto, podendo também
operar granéis.
O Sepetiba Tecon lembra que a in-
dústria de óleo e gás está umpouco de-
primida em função da operação Lava-
-jato e da queda do preço do petróleo
a nível mundial. Apesar desse cenário,
Mass observa que o fluxo da balan-
ça se inverteu e o mercado passou a
exportar mais, aproveitando a valori-
zação do dólar frente ao real. “Existe
muita carga e muita peça trazida para
o Brasil que está sendo reenviada para
seus países de origem. Os armadores
destas cargas de projeto não sofreram
o que se esperava”, analisa.
Maas diz que, como o consumo do
mercado interno diminuiu, o setor si-
derúrgico está aproveitando o dólar
alto para exportar todo tipo de aço. Ele
diz que, alémda CSN, todas as grandes
siderúrgicas do país estão exportando
volumes consideráveis. Maas acres-
centa que o setor de energia como um
todo continua em alta, considerando
o volume de equipamentos para pro-
jetos eólicos, linhas de transmissão,
geradores e transformadores.
Apesar do cenário de retração,
há terminais com boas
expectativas para ampliação
da movimentação
Fotoimagem