

PORTOS E LOGÍSTICA
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
Danilo Oliveira
A
desaceleração da economia
impactou o segmento de lo-
gística de cargas de projeto,
que vivia bons momentos
nos últimos anos. Com a crise, contam
também o fim de obras relacionadas à
Copa doMundo em2014, o aumento do
dólar, diminuição de aquisição de má-
quinas industriais, o bloqueio em obras
navais e em empreendimentos como
o Comperj e refinaria Abreu e Lima. As
empresas especializadas buscam novos
contratos e se mantêm em compasso
de espera. Mas diferentemente de ou-
tros segmentos, o setor eólico segue em
alta na demanda por movimentação de
equipamentos pesados.
O momento pode não ser dos me-
lhores, porém não espanta os ter-
minais portuários e as empresas de
navegação, que permanecem pros-
pectando novas oportunidades. Além
disso, se as importações estão em que-
da, as exportações de algumas dessas
cargas aumentaram com a valorização
do dólar.
O Sindicato Nacional das Empresas
de Transporte e Movimentação de Car-
gas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa)
avalia que a movimentação de cargas
de projetos está fortemente impactada
pela crise econômica, com exceção do
setor eólico que praticamente não foi
afetado por causa dos contratos defi-
nidos e da disposição de investimen-
Ventos para
afastar a crise
Com queda na demanda em diversos
nichos, logística de carga de projeto vê
oportunidade no setor eólico
tos. “Há um interesse muito grande
nesse segmento por conta da deman-
da por energia e porque precisam de
investimentos que dependem pouco
de investimentos públicos”, destaca o
vice-presidente executivo do Sindipe-
sa, João Batista Dominici.
A gerente nacional do produto ma-
rítimo da DB Schenker, Flávia Garcia,
avalia que após anos de muita mo-
vimentação, de 2008 até meados de
2014, muitas obras terminaram e ago-
ra o país vive uma demanda mais re-
alista. Ela cita obras de infraestrutura
para Copa do Mundo, construção civil
e setores de energia e siderurgia, que
viveram período que não se repete
com tanta frequência: muitos investi-
mentos, crédito mais fácil e taxas de
juros mais baixas.
Para Flávia, o Brasil sofre para con-
seguir recuperar sua imagem e voltar
a atrair investimentos estrangeiros. Ela
percebe que 2015 está sendo um ano
mais tímido. Embora a prestação de
serviços continue frequente em quase
todos os segmentos, o volume é muito
inferior ao
boom
de projetos que acon-
teceu nos últimos anos no país. “Não
vejo com pessimismo o cenário atual,
mas com visão realista. Houve mui-
tos investimentos e eles chegaram ao
fim. Ainda há necessidade de se fazer
mais”, analisa Flávia.
Já o diretor da área marítima da
Locar, Ricardo Alves, afirma que 2015
apresenta a pior demanda da empresa
nos últimos 10 anos. Ele percebe um
congelamento de trabalho intensifica-
do a partir de outubro de 2014, o que
causou demissões nas empresas do se-
tor. Alves lamenta a queda vertiginosa
no número de serviços em todos os
A crise não espanta
os terminais
portuários e as
empresas de
navegação que
permanecem
prospectando novas
oportunidades