656 setembro 2015
PORTOS E LOGÍSTICA
Ventos para afastar a crise Com queda na demanda em diversos nichos, logística de carga de projeto vê oportunidade no setor eólico
Danilo Oliveira A desaceleração da economia impactou o segmento de lo- gística de cargas de projeto, que vivia bons momentos nos últimos anos. Com a crise, contam também o fim de obras relacionadas à Copa doMundo em2014, o aumento do dólar, diminuição de aquisição de má- quinas industriais, o bloqueio em obras navais e em empreendimentos como o Comperj e refinaria Abreu e Lima. As empresas especializadas buscam novos contratos e se mantêm em compasso de espera. Mas diferentemente de ou- tros segmentos, o setor eólico segue em alta na demanda por movimentação de equipamentos pesados. O momento pode não ser dos me- lhores, porém não espanta os ter- minais portuários e as empresas de navegação, que permanecem pros- pectando novas oportunidades. Além disso, se as importações estão em que- da, as exportações de algumas dessas cargas aumentaram com a valorização do dólar. O Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Car- gas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa) avalia que a movimentação de cargas de projetos está fortemente impactada pela crise econômica, com exceção do setor eólico que praticamente não foi afetado por causa dos contratos defi- nidos e da disposição de investimen-
A crise não espanta os terminais portuários e as empresas de navegação que permanecem prospectando novas oportunidades
viveram período que não se repete com tanta frequência: muitos investi- mentos, crédito mais fácil e taxas de juros mais baixas. Para Flávia, o Brasil sofre para con- seguir recuperar sua imagem e voltar a atrair investimentos estrangeiros. Ela percebe que 2015 está sendo um ano mais tímido. Embora a prestação de serviços continue frequente em quase todos os segmentos, o volume é muito inferior ao boom de projetos que acon- teceu nos últimos anos no país. “Não vejo com pessimismo o cenário atual, mas com visão realista. Houve mui- tos investimentos e eles chegaram ao fim. Ainda há necessidade de se fazer mais”, analisa Flávia. Já o diretor da área marítima da Locar, Ricardo Alves, afirma que 2015 apresenta a pior demanda da empresa nos últimos 10 anos. Ele percebe um congelamento de trabalho intensifica- do a partir de outubro de 2014, o que causou demissões nas empresas do se- tor. Alves lamenta a queda vertiginosa no número de serviços em todos os
tos. “Há um interesse muito grande nesse segmento por conta da deman- da por energia e porque precisam de investimentos que dependem pouco de investimentos públicos”, destaca o vice-presidente executivo do Sindipe- sa, João Batista Dominici. A gerente nacional do produto ma- rítimo da DB Schenker, Flávia Garcia, avalia que após anos de muita mo- vimentação, de 2008 até meados de 2014, muitas obras terminaram e ago- ra o país vive uma demanda mais re- alista. Ela cita obras de infraestrutura para Copa do Mundo, construção civil e setores de energia e siderurgia, que
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
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