656 setembro 2015
PORTOS E LOGÍSTICA
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Apesar do cenário de retração, há terminais com boas expectativas para ampliação da movimentação
de projeto da BBC e com mais uma li- nha regular de contêineres para Ásia. Maas destaca que o mercado está cada vez mais interligado. Ele expli- ca que os mesmos navios que trazem carga de projeto para o Brasil podem levar bobinas da CSN no porão para exportação aos Estados Unidos, por exemplo. Segundo ele, os navios mul- tipropósito trabalham muito com carga de projeto, podendo também operar granéis. O Sepetiba Tecon lembra que a in- dústria de óleo e gás está umpouco de- primida em função da operação Lava- -jato e da queda do preço do petróleo a nível mundial. Apesar desse cenário, Mass observa que o fluxo da balan- ça se inverteu e o mercado passou a exportar mais, aproveitando a valori- zação do dólar frente ao real. “Existe muita carga e muita peça trazida para o Brasil que está sendo reenviada para seus países de origem. Os armadores destas cargas de projeto não sofreram o que se esperava”, analisa. Maas diz que, como o consumo do mercado interno diminuiu, o setor si- derúrgico está aproveitando o dólar alto para exportar todo tipo de aço. Ele diz que, alémda CSN, todas as grandes siderúrgicas do país estão exportando volumes consideráveis. Maas acres- centa que o setor de energia como um todo continua em alta, considerando o volume de equipamentos para pro- jetos eólicos, linhas de transmissão, geradores e transformadores.
O diretor de gestão portuária de Suape, Paulo Coimbra, destaca que, a partir do segundo semestre de 2015, o BNDES passou a exigir índice de conteúdo local maior e praticamente isolou importações de equipamentos eólicos. Ele acredita que a movimenta- ção desses equipamentos se manterá aquecida até 2020. O ritmo de cresci- mento de importações teve aceleração maior a partir dos leilões e novas in- formações de vento no Brasil interiori- zando os projetos eólicos, que antes se limitavam ao litoral. — O mercado eólico tem se deslo- cado para o interior do Brasil, onde também são encontrados ventos com intensidade constante—diz Coimbra. Ele observa uma tendência no aumen- to das operações de cabotagem com torres, pás e geradores eólicos, pois as operações logísticas rodoviárias cus- tam caro. As principais fábricas estão em São Paulo e no Rio Grande do Sul. O porto de Suape movimenta car- gas de projetos nos cais 4 e 5, sendo que o primeiro também escoa trigo. Os cais são públicos e possuem capa- cidade para receber navios de grande porte e com características geométri- cas especiais. Além dos equipamentos eólicos, Suape vem realizando opera- ções para a construção naval. Uma das demandas é o transporte de tanques importados para o estaleiro Vard Pro- mar, em Ipojuca (PE), que está cons- truindo navios gaseiros. A primeira descarga está prevista para setembro.
ções de cargas regulares. Salles diz que os investimentos da empresa respei- tarão o tempo de reação do mercado para evitar ativos ociosos no pátio. Recentemente, a Gávea concluiu operação em Arraial do Cabo (RJ) que durou três meses. Nos portos do Rio de Janeiro e Forno (RJ), a empresa atua com transporte terrestre, retroáreas com diversos regimes, equipamen- tos de içamento, operação portuária e balsas oceânicas para cargas de maior porte. O Sepetiba Tecon (RJ) está com boas expectativas para ampliar a movimen- tação de carga de projeto. O terminal, localizado em Itaguaí (RJ), sempre ope- rou esse tipo de carga, apesar de ela ser complementar à movimentação em contêiner e produtos siderúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O gerente de desenvolvimento e novos negócios da CSN, Cesar Au- gusto Maas, conta que o departamento comercial do Sepetiba Tecon dobrará de tamanho e terá área de prospecção destinada a carga de projeto, antes compartilhada com a de contêineres. “No último ano — em função da crise, da diminuição do volume de contêine- res e do aumento da concorrência — desenvolvemos estratégia mais focada em carga de projeto”, conta Maas. A área comercial passará de 12 para 25 pessoas, de forma a atender às no- vas demandas do terminal, que fechou uma escala regular mensal de cargas
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
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