656 setembro 2015
Ele lamenta que empresas de na- vegação de países vizinhos como Ar- gentina e Uruguai tenham vantagens para operar em hidrovias brasileiras. Segundo ele, os armadores brasileiros precisam construir suas embarcações no Brasil, enquanto as empresas de navegação dos outros países podem construir no exterior por preços duas a três vezes mais barato. Além disso, as empresas de países vizinhos con- seguem utilizar tripulação menor, o que reduz os custos operacionais. “O problema da navegação interior é a quantidade imensa de regras que cada órgão cria e dificulta seu cumprimen- to”, diz. No Brasil, onde apenas o Rio Gran- de do Sul e o Amazonas possuem hi-
como madeira, soja, milho e trigo. No entanto, a empresa não possui proje- tos de aumentar a frota. A ideia é des- locar embarcações de outras regiões para fazer o transporte dessas cargas caso haja demanda. Becker diz que existem muitas embarcações preci- sando de reparo na região. Ele avalia que a maioria dos estaleiros no estado é deficiente para fazer manutenção, além de enfrentarem problemas tra- balhistas e ambientais. “A indústria de estaleiros no estado é rudimentar”, analisa.
Atualmente, os estaleiros Rio Ma- guari e Rio Tietê empregam cerca de 500 e 280 pessoas, respectivamente. Vasconcellos destaca que o ERM é um dos estaleiros brasileiros com maior produtividade por funcionário, colo- cando na água uma média de oito bar- caças mensalmente. O Rio Grande do Sul vive cresci- mento permanente em termos de pro- dução agrícola. No entanto, na década de 1990 a Lei Kandir (Lei complemen- tar 87/1996) reduziu significativamen- te as exportações de farelo de soja, culminando no fechamento de algu- mas fábricas nas bacias da região. A lei dispunha sobre o imposto dos estados e do distrito federal referentes a opera- ções para circulação de mercadorias e a prestações de serviços de transporte interestaduais e intermunicipais. Atualmente, existe um grande nú- mero de embarcações ociosas e pre- cisando de manutenção no estado. O presidente administrativo da Trevisa Investimento, Fernando Becker, diz que o crescimento nos estaleiros tem sido “vegetativo”. Com a entrada em operação de uma fábrica de celulose, a produção atual do insumo na região passará de 400 mil toneladas por ano para dois milhões de toneladas/ano. Com isso, a Navegação Aliança — con- trolada pela Trevisa — acrescentará três novos barcos autopropulsados à sua frota, sendo que dois entraram em operação e outro deve ser entregue no primeiro trimestre de 2016. Para 2016, a Navegação Aliança pro- jeta movimentar por hidrovia cargas
Para o Sindarma, demora na liberação de recursos do FMM é entrave à atividade naval no Norte
Estaleiro Rio Tietê/Divulgação
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
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