656 setembro 2015
INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE
Mudanças em debate Petrobras, fornecedores e ANP defendem melhorias em políticas de conteúdo local em evento da Sobena
Danilo Oliveira A s políticas de conteúdo local brasileiras devem passar por aprimoramentos nos próxi- mos anos. Apesar dos ganhos para construção naval nos últimos 15 anos, Petrobras, fornecedores e Agên- cia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) defendemme- lhorias nas políticas de conteúdo local para aumentar a competitividade da construção naval e offshore . O chefe de conteúdo local da agência, Marco Tú- lio, ressalta a necessidade de indústria, agência e governo trabalharem juntos para o aprimoramento das regras esta- belecidas. — Não acho que a política de con- teúdo local seja madura, tem 15 anos. Existe ansiedade dos agentes em resol- ver tudo de uma vez e que a resolução
O chefe de conteúdo local da ANP contou que existem regras importan- tes em processo de revisão, como os critérios de certificação e como os for- necedores lançam seus investimentos nos relatórios. Para isso, a ANP preten- de trabalhar junto às certificadoras. No segundo trimestre de 2015, a agência emitiu cerca de 70 mil certificações. O volume representa um total de R$ 115 bilhões em termos de investimentos associados. Túlio destacou que estaleiros bra- sileiros tem potencial para, no futuro, fazeremreformas e reparos de embarca- ções e plataformas estrangeiras. “Se fo- remativados reparo e reforma dentro de alguns estaleiros, vamos ativar ummer- cado pronto para ser utilizado”, aponta. Ele identifica a necessidade de trabalhos de conscientização sobre conteúdo local para a cadeia de fornecedores e serviços, pois ainda existe pouco conhecimento sobre as regras. Para o assessor da presidência da Petrobras para conteúdo local, Paulo Alonso, a produtividade dos estaleiros brasileiros ainda está distante do ben- chmarking apurado no Japão e Coreia do Sul. Ele relata que, em conversas com presidentes de estaleiros brasi- leiros, a maioria relata como principal desafio melhorar o planejamento e gestão de seus ativos.
de regras seja abrupta — analisou Túlio, durante seminário promovido pela So- ciedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), em agosto, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele destacou que a séti- ma rodada foi um marco para a polí- tica de conteúdo local, sobretudo por- que a tabela de compromissos passou a servir de guia para operadores, for- necedores e agentes. Túlio lembra que, na primeira rodada, esses compromis- sos erammais conservadores, chegan- do à quinta e sexta rodadas commetas de 30% a 35% para os grandes campos de exploração. Para ele, o setor está atento à necessidade de mudanças nas inconsistências percebidas pelo mercado.“Política de conteúdo local não vai mudar no sentido de direção. Aprimoramentos serão feitos”, afirma.
No segundo trimestre de 2015, a ANP emitiu cerca de 70 mil certificações , ou R$ 115 bilhões em investimentos
26
PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
Made with FlippingBook