656 setembro 2015
Bacellar destacou que a indústria continua bem desde o primeiro programa para renovação de frota de apoio maríti- mo dos anos 2000, contribuindo para a construção de mais de 130 embarcações offshore no Brasil. Ele acredita que, com a retomada dos leilões da ANP, o Brasil ainda possui um mercado pujante pela frente. O superintendente do BNDES afirmou ainda que um dos desafios será viabilizar projetos no Brasil com preço do bar- ril de petróleo em baixa. “A indústria vai ter que diversificar projetos além da Petrobras e buscar mercados externos”, disse durante a abertura do evento. A Caixa também refor- çou a parceria e apoio do banco à indústria naval. O gerente da regional da Caixa no Rio de Janeiro, Rossano Macedo e Silva, disse que o banco continuará empenhado em seu pa- pel de agente financeiro, apesar de o país estar passando por ummomento difícil. O secretário de desenvolvimento econômico, energia, indústria e serviços do Rio de Janeiro, Marco Capute, des- tacou que o estado possui no radar uma carteira de em- presários querendo investir na indústria naval e offsho- re . Ele conta que tem participado de reuniões com toda indústria para tentar alavancar a construção no estado. “Não podemos ter processo de parar para depois voltar. Cada estaleiro tem um tratamento a ser dado de forma direta. Os sindicatos querem preservar o emprego. Não podemos parar de novo”, afirma. n
Guto Nunes
bndes/Divulgação
RODRIGO BACELLAR Se a projeção se confirmar, desembolsos do banco vão superar 2014
Já o professor de engenharia oceânica da Coppe/UFRJ, Floriano Pires, apresentou opinião divergente. Segundo ele, ao invés de lamentar a ausência de iniciativas do governo, os empresários deveriam debater a urgência de o setor viabili- zar saídas de curto prazo para problemas como má gestão, baixa produtividade e falta de qualificação da mão de obra. Ele também enfatizou a necessidade de serem discutidos os resultados das políticas vigentes e as tentativas de melhorar o desempenho da construção. “A gestão de processos está ruim. Estamos à beira de uma crise muito grave”, apontou. Para o vice-presidente do sistema Firjan, Raul Sanson, é fundamental para o setor uma política industrial que seja clara em relação às regras de conteúdo local, financiamento e previsibilidade de encomendas. A entidade entende que a falta de governabilidade atrapalha a indústria e descontinua as ações voltadas para o futuro. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) participa de uma frente para o mapeamento e de- senvolvimento da indústria naval no estado e outra em favor da realização regular dos leilões de novos campos offshore . “O Rio de Janeiro vem sofrendo muito com a queda do pre- ço do petróleo internacional. Isso prejudicou as receitas do estado e a indústria do petróleo. Se não houver leilão, não existe demanda em nada”, disse Sanson. Durante a abertura do evento, o Banco Nacional de De- senvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que os desembolsos do banco para indústria naval em 2015 de- vem ultrapassar os R$ 3 bilhões. De acordo com o superin- tendente de insumos básicos do BNDES, Rodrigo Bacellar, a maior parte desse montante irá para a construção de em- barcações de apoio marítimo. Ele explicou que são projetos já contratados com recursos do Fundo da Marinha Mercan- te (FMM), do qual o BNDES é agente repassador. Se a pro- jeção se confirmar, os desembolsos do banco vão superar 2014, quando as liberações chegarem perto de R$ 3 bilhões.
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
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