656 setembro 2015
INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE
Eficiência para gestão Para Petrobras, estaleiros devem aumentar competitividade para ganhar preferência dos afretadores de FPSOs
Apesar das multas no caso de des- cumprimento de conteúdo local, nada impede que os afretadores con- tratem unidades de produção no exte- rior. Nesse caso, a Petrobras, na con- dição de operadora, poderia ter que arcar com as penalidades. “Não vamos querer pagar [multas] . Vamos orientar as afretadoras a contratar no Brasil. Mas elas só vão querer contratar no país se os estaleiros brasileiros conse- guirem dar resposta à altura”, ponde- rou. Ele enfatizou que ainda há tempo para os estaleiros nacionais se prepa- rarem para as novas contratações. Alonso reconheceu que os esta- leiros brasileiros continuam enfren- tando problemas de produtividade e ainda estão distantes da performance dos grandes polos mundiais da cons- trução naval. “A curva de aprendizado foi muito mais lenta do que os empre- sários esperavam”, admitiu durante apresentação no evento. Na ocasião, ele destacou que, desde 2007, o Brasil ampliou o número de grandes estaleiros em operação, além de ter outras unidades em construção. Alonso defendeu que o momento do setor naval é difícil, mas que o modelo é de “pujança” e ressaltou que a Petro- bras está trabalhando junto com esta- leiros para tentar encontrar soluções para os problemas. Alonso lembrou que a operação Lava-jato impactou a vida dos esta- leiros e que o setor está na depen- dência da assinatura de acordos de leniência com as construtoras que operam alguns dos estaleiros, as- sim como aguarda novas liberações do Fundo da Marinha Mercante e o acordo envolvendo a Sete Brasil e seus acionistas. Ele estima que esses fatores contribuíram para atrasos de mais de um ano na entrega de alguns projetos. A expectativa da Petrobras é que um acordo entre os acionistas da Sete Bra- sil seja fechado até outubro, liberando o acesso da empresa ao financiamento e permitindo o pagamento dos estalei- ros. "Estamos muito próximos de um acordo entre a Petrobras, Sete Brasil e os bancos. A assinatura de documen- to deve ocorrer em meados de setem- bro", disse. n
Simon Townsley/Agência Petrobras
Danilo Oliveira O s estaleiros brasileiros pos- suem em torno de cinco anos para melhorarem seus processos de gestão e se tornaremmais competitivos na dispu- ta pela preferência dos afretadores de FPSOs no médio prazo. A avaliação foi feita durante a Marintec South Ameri- ca – Navalshore pelo assessor da pre- sidência da Petrobras para conteúdo local, Paulo Alonso. Ele destacou que a companhia possui sócios estrangeiros na operação de exploração e produção de petróleo, portanto as decisões não são exclusivas da brasileira. E que exis- te a tendência de aumentar o número de afretamentos de unidades de pro- dução nos próximos anos. — O modelo preferencial da Petro- bras daqui para frente é afretamento. Não porque a Petrobras prefira. Mas as decisões são feitas em conjunto com parceiros. Eles querem afretar porque
Segundo o assessor da presidência da Petrobras, Paulo Alonso, o modelo preferencial agora é o de afretamento
não tem capex (capital de investimen- to), só tem opex : vai pagar taxa de utili- zação da plataforma lá na frente — ex- plicou Alonso. Para que as empresas afretadoras contratem a construção de platafor- mas no Brasil, Alonso diz que os esta- leiros devem estar preparados sob o ponto de vista de produtividade, enge- nharia e celeridade do cumprimento dos prazos. Ele acrescenta que a maio- ria das empresas afretadoras do mun- do já possuem estaleiros parceiros.
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