656 setembro 2015
Ele acredita que, além da Norsul, existe um pequeno número de ope- radores marítimos capacitados para o transporte de cargas de projeto por cabotagem como pás e torres eólicas, turbinas e geradores para hidrelétri- cas e outros produtos e bens. Para o diretor-presidente da empresa, ainda que lentamente, o Brasil vem inves- tindo em infraestrutura, onde peças com formas e dimensões não padro- nizadas, algumas também com peso elevado, precisam chegar ao seu des- tino com qualidade e dentro de prazos confiáveis. Atualmente, a Norsul controla qua- tro embarcações com registro e ban- deira brasileiros, aptas a operar cargas especiais e de projeto. Desde 2013, a empresa de navegação vem executan- do transporte de equipamentos para parques eólicos. Essas embarcações não estão totalmente dedicadas a esse segmento, pois não há oferta regular desse tipo de carga. Além disso, a Nor- sul acredita que, por ser um mercado novo e mais complexo, há pouco posi- cionamento sobre esse tipo de embar- cação nos portos nacionais, dada a sua geometria. A Posidonia resolveu apostar na construção de um navio multipropósi- to que também transportará cargas de projeto. O Posidonia Bravo , em cons- trução no estaleiroVitória (RS), terá três mil toneladas e poderá entrar em por- tos marítimos e fluviais. A expectativa é que o navio seja entregue no primeiro semestre de 2016. Abrahão Salomão, sócio da companhia, destaca o baixo custo operacional da embarcação. A empresa enxerga boas perspec- tivas para cargas de projeto, prin- cipalmente pela necessidade de in- fraestrutura no Brasil. “Nos desafia saber dimensionar oferta de transpor- te. Apesar de um bom nicho, não se fala de grandes quantidades especifi- camente por embarque. Estamos tra- tando de cargas volumadas, pesadas, mas não necessariamente suficientes para encher um navio”, pondera Salo- mão. Por outro lado, ele ressalta que a carga de projeto não se concentra em determinado porto, podendo ser mo- vimentada por toda a costa brasileira.
caldeira para uma usina de energia no Chile. Na construção naval, mesmo com a queda no ritmo de entregas, existem estaleiros com encomendas e que demandarão nos próximos anos equipamentos como guindastes, cen- tros de comando eletrônico, propul- sores e outras cargas pesadas que são importadas. O transporte de cargas de projeto junto com outras cargas vem sendo uma solução para as empresas de nave- gação, que relatam redução de volume de cargas transportadas e diminuição da frequência de navios. Os custos com frete caírammuito e, consequentemen- te, a margem de lucro dessas empresas caiu consideravelmente. A Companhia de Navegação Norsul observa que 2015 não está sendo um ano fácil para o setor produtivo por conta da desaceleração da economia, pressão inflacionária e alta nos juros no primeiro semestre. O diretor-presiden- te da Norsul, Angelo Baroncini, destaca a importância dos investimentos para ampliar a expertise e o desempenho da empresa e atualizar sua tecnologia. A busca por inovação também é mencio- nada para criar novas possibilidades e custos mais competitivos. Com 53 anos de mercado, a Norsul vem investindo na ampliação e diver- sificação da movimentação de carga por cabotagem, reforçando também sua presença no segmento de cargas especiais e de projetos. Um dos apor-
tes foi feito para a construção de um centro de distribuição e no terminal portuário Mar Azul, Logística e Termi- nal Marítimo, em São Francisco do Sul (SC). Atualmente, o radar da empresa para cargas de projeto está mais foca- do para os setores de energia, logística e saneamento. “Existem boas perspec- tivas para cargas especiais e de projeto na cabotagem, entretanto, por caute- la, nesse momento econômico, entra- mos no compasso de espera”, afirma Baroncini.
ANGELO BARONCINI Há boas perspectivas na cabotagem, mas estamos em compasso de espera
Posidonia/Divulgação
Setores com investimentos de longo prazo ainda garantem boas perspectivas para carga de projeto
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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015
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